sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Cuidado você pode ser assassinado no Shopping Jardins

Execução brutal no principal centro de compras da capital Sergipana
Polícia Civil conclui inquérito sobre morte em shopping



Foi concluído nesta quinta-feira, 23, o inquérito da Polícia Civil que investigava a morte do motorista Leidson Reis dos Santos, ocorrida no dia 11 de fevereiro dentro do Shopping Jardins, em um bairro de classe média da capital. O segurança Carlos Alberto Santos foi indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar.


Carlos Alberto está preso desde o dia 17, quando foi buscado pela polícia em sua rediência, no bairro América. A declaração de óbito de Leidson indicava falecimento por insuficiência respiratória e fratura na coluna cervical.



Na manhã desta quinta, a viúva de Leidson, Maria Cristina Terto, compareceu à sede da Polícia Federal para solicitar informações oficiais sobre a fiscalização do órgão no shopping, que estaria irregular no que diz respeito à contratação de seu serviço de segurança. Em seguida, Terto foi com seu advogado até o Ministério Público Estadual, onde marcou um encontro com o promotor de justiça João Rodrigues para a sexta-feira próxima, 24.


Veja a reportagem completa sobre o caso:



Amadorismo na segurança

Após a divulgação feita por toda a imprensa, envolvendo seguranças do Shopping Jardins, onde um homem acabou morrendo, na manha de hoje, outro fato volta à tona onde também seguranças espancaram um jovem.
As primeiras informações são de que no ultimo sábado houve um desentendimento entre o motorista Leidson Reis, e seguranças do shopping. A informação da assessoria de comunicação do shopping é que Leidison Reis, tentou forçar a entrada em uma loja de roupas e que essa loja já estava fechada e que ele estava alterado. Após isso o que se sabe até o momento é que Leidson morreu com a coluna cervical quebrada.
Na manha desta terça-feira (14), Jose Ednaldo Coelho Santos, pai de um jovem que também foi barbaramente espancado por seguranças do Shopping Jardins, fez graves denuncias. Ele conta que há uma “jaula”, onde são praticados sessões de espancamento.
Segundo declarações feitas por Jose Ednaldo, em entrevista ao radialista George Magalhães no programa Liberdade sem Censura, no ultimo dia 20 de agosto, seu filho, Wendel Felipe Santos Lima, 20 anos, foi espancado e torturado por seguranças do shopping. As declarações de José Ednaldo, chama a atenção das autoridades. “O fato aconteceu no dia 20 de agosto, quando meu filho esteve no shopping Jardins, num sábado por volta das 19 horas, em companhia de mais três amigos. Ao se dirigirem para o estacionamento, onde estavam as motos, eles foram surpreendidos por três seguranças que o imobilizou e iniciou uma sessão de espancamento. Eles bateram com madeira e com barra de ferro. Com vergalhão. Por sorte de meu filho, eu fui avisado e cheguei lá e consegui tirar meu filho das mãos dele. Meu filho é bem moreno e quando cheguei ainda ouvi eles xingando meu filho de viado e negro“, contou José Ednaldo.
Ainda segundo o Pai, seu filho foi levado pelos seguranças, para uma “jaula” que há no shopping, onde eles espancam as pessoas. “Lá, os seguranças bateram em meu filho, com vergalhão e madeira. Depois colocaram ele de joelho onde permaneceu assim por mais de uma hora. Depois começaram a bater nos pés dele”, contou Jose Ednaldo.
Um outro fato narrado por Ednaldo, é que após a sessão de espancamento, o caso foi parar na delegacia e lá, segundo Ednaldo, os seguranças não souberam explicar o motivo que os levou a cometerem a tortura. O pai de Wendel contou também que havia policiais militares envolvidos no espancamento. “Meu filho e os amigos, foram ameaçados por uma pistola ponto 40 e um revolver TA. Coisa de policia”, denunciou o pai de Wendel.
Outro fato que está chamando atenção, são as denuncias de Jose Ednaldo ao afirmar que no Shopping Jardins há uma “jaula e uma cama de brita” onde são realizados as sessões de tortura.
No caso que envolveu o jovem Wendel Felipe, o caso ainda não foi resolvido. A justiça ainda não se pronunciou sobre o assunto e isso pode abrir precedente para que outros casos ocorram, já que até o momento não há punição para nenhum dos envolvidos. Outra coisa que até o momento ninguém tomou conhecimento, é sobre o nome e os responsáveis pela empresa de segurança que presta serviços no Shopping Jardins. Alem disso, nos dois casos, os agredidos são negros. “Seria isso apenas uma coincidência, ou esses seguranças são racistas?”, questionou um ouvinte do programa.
Fonte:  Faxaju

APARTHEID SUL-AFRICANO VERSÃO SHOPPING JARDINS



Com um Decreto de Morte, no dia 11/02/12, o Shopping Jardins mostra aos negros e negras de Aracaju que o espaço desse shopping não é para ser freqüentado por pessoas de cor, história que até pouco tempo estava sendo perpetrada pelo regime racista da África do Sul aos africanos negros.
O assassinato no espaço do shopping jardins do cidadão Leidson R. dos Santos, não foi um crime somente contra “ele”, mas contra toda população negra do Brasil. Leidson foi apenas mais uma vítima das estatísticas de crime executados contra os homens e mulheres negras do país da democracia racial.
Mas o assassinato do motorista negro pelos seguranças do shopping jardins, além de ser um recado para os negros e negras, é a demonstração de que o apartheid da África do Sul é aqui e agora, está vivo na mente de muitos racistas de plantão que a qualquer momento, agridem os negros como a Médica agrediu Diego no Aeroporto Santa Maria ou mata como no caso de Leidson no shopping jardins.
Esse crime, para uma parcela da sociedade não parece ter cunho racista, somente para a família, porque a imprensa não fala em racismo. Mas o fato é que o ódio dos seguranças que cometeram o ato criminoso, assemelha-se aos crimes que os policiais sul-africanos perpetravam contra os negros no período do apartheid na África do Sul.
Pode-se ver no assassinato de Leidson, um recado: “MORTE A TODOS OS DESCENDENTES NEGROS DE NELSON MANDELA”. É impossível não vê que tamanha brutalidade só aconteceu porque o cidadão era negro. Pois esse mesmo shopping já foi vítima de ataques do grupo de jovens de classe média que se intitulavam de “ALOHA” e, no entanto, não se sabe de um espancamento por parte da segurança.
Não se pode afirmar também que a sociedade esta indignada, ou de luto. No mesmo dia do assassinato de Leidson, um jovem negro, universitário da UFS, dirigia-se de ônibus para o Projeto Verão e ao seu lado ouvia três outros jovens brancos tecerem comentários sobre o filme REIS E RATOS que tem no elenco, o músico SEU JORGE, quando um deles disse: SEU JORGE no filme é um marginal e logo o colega disse: também com aquela cara.
Então não é de se espantar, pelo menos para os negros e negras que têm consciência do racismo que negro/negra no Brasil é sinônimo de marginal, assassino, ladrão... e por isso que a segurança do shopping jardins deve ter sido orientada para lidar com qualquer problema que envolva negros/negras da forma mais suave possível, MATANDO.

FLORIVAL DE SOUZA FILHO
Msc. em Sociologia
Esp. em Educação e Relações Etnicorraciais